Porco e Pimenta
"Tome, pode niná-lo um pouquinho, se quiser!" disse a
Duquesa a Alice, jogando-lhe o bebê (...) Alice agarrou o bebê
com certa dificuldade, pois a criaturinha tinha uma forma estranha com
braços e pernas esticados em todas as direções, "igualzinho
a uma estrela-do-mar", pensou Alice. O pobrezinho bufava como uma
locomotiva quando ela a pegou, dobrando-se e esticando-se sem parar (...)
O bebê grunhiu de novo, e Alice muito inquieta, examinou seu rosto
para ver o que havia de errado com ele. Não havia a menor dúvida
de que tinha um nariz muito arrebitado; além disso, os olhos eram
um tanto miúdos para um bebê (...) ele grunhiu de novo com
tanta fúria que ela olhou para o seu rosto um tanto alarmada. Desta
vez não havia engano possível: era nem mais nem menos que
um porco (...) "se tivesse crescido", disse ela para si mesma,
"teria sido uma criança horrorosa, mas como porco é
bem jeitosinho, eu acho." E começou a pensar sobre outras
crianças que conhecia que ficariam muito bem como porcos...